O inesquecível Aguiar dos Santos (na foto) qualificava as embaixadas angolas como “vale dos caídos”.
As representações diplomáticas angolanas no exterior eram o que se pode considerar “exílio dourado” para onde José Eduardo dos Santos encafuava políticos e militares já “expirados”, aqueles em quem já não via qualquer serventia interna.
Mudaram-se os tempos, as vontades, os protagonistas e encurtaram-se as distâncias.
Com a chegada de João Lourenço ao poder, o vale dos caídos transferiu-se para a Presidência da República. É lá que são acolhidos e acomodados idosos e desempregados como Jorge Valentim (84 anos), com a categoria de conselheiro da República, Santana André Pitra “ Petroff” (83) ,como consultor do Presidente da República, ou Albina Assis (77), também como consultora do Presidente da República.
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Ao transformar a Presidência da República no vale dos caídos dos temos modernos, tecnicamente João Lourenço não injectou mais gordura no funcionalismo público. Mas, o Lar de Idosos em que a Presidência da república se converteu soma peso ao erário.
É que para efeitos protocolares (e de remuneração?), conselheiros e consultores do Presidente da República têm estatuto equiparável ao do deputado.
Noo “que tange” à coerência, não vai nada mal aquele que, em Setembro de 2017, se comprometeu a reduzir a estrutura pública de modo “a garantir a sua funcionalidade”, evitando a “dispersão de meios, o esbanjamento e o desperdício de recursos, que são cada vez mais escassos”.
No pequeno exercício ontem feito aqui constatou-se que o Presidente da República, que é, também, o Titular do Poder Executivo, é directamente servido por 4 ministros de Estado (Casa Militar, Esfera Económica, Esfera Social e Casa Civil), 1 director de Gabinete (equiparado a ministro), 1 director do Gabinete de Quadros (também equiparado a ministro), oito secretários, 24 ministros (coadjuvados por 49 secretários de Estado), 18 governadores provinciais (apoiados por 37 vice-governadores), 1 secretária do Conselho de Ministros, 1 secretário adjunto do Conselho de Ministros, 23 conselheiros da República e 10 consultores do Presidente da República.
Como diriam os portugueses, estamos diante de “muita parra pouca uva”, ou seja, muito gasto de dinheiro público para tão insignificantes realizações.
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