A memória selectiva de Tchizé dos Santos- Graça Campos



“Por acaso no tempo de José Eduardo dos Santos fecharam algum órgão de comunicação social privado? Jornais que metiam José Eduardo dos Santos na capa chamar gatuno, assassino, tudo e mais alguma coisa, alguma vez foram fechados? Graça Campos, William Tonet, da Folha 8, fizeram os seus artigos morreram, foram mortos? Os seus jornais foram fechados?”

(Tchizé dos Santos num áudio do dia 04 de Outubro).

Minha resposta:

Quando lhe convém – e isso sucede com cada vez mais frequência – Tchizé dos Santos finge falhas de memória.

Por certo, é por causa dessas “brancas” na memória que Tchizé dos Santos já não se “lembra” que foi sob o regime capitaneado pelo seu pai que quase todos os jornalistas seniores angolanos  (Aguiar dos Santos, Rafael Marques de Morais, William Tonet, Gustavo Costa e outros) foram molestados pela “Justiça”.



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No Semanário Angolense, de que foi co-proprietário e director, quase todos os editores (Severino Carlos, Silva Candembo, Sousa Neto e até o paginador Mateus Fula) responderam em juízo inúmeras vezes..

A sanha só poupou os jornalistas que trabalhavam para o sector público da Comunicação Social.

Na minha condição de editor-chefe do Angolense, primeiro, e de director do Semanário Angolense, depois, já não guardo memória do número de vezes que me vi sentado naquele banco frio dos tribunais, para ser julgado por crimes imputados por colaboradores directos de José Eduardo dos Santos. E todos os “crimes”, todos, decorriam do meu exercício profissional.

Até à sua derrocada, em Novembro de 2008, não houve um único andar (tinha mais de 15) do prédio da DNIC que eu não tivesse frequentado com muita assiduidade para responder a inquéritos de processos intentados maioritariamente por governantes. 

Não houve na DNIC nenhum investigador sénior que não se manifestasse condoído com as minhas frequentes convocatórias ao edifício. A determinado momento, as idas à DNIC passaram quase a uma frequência diária. 

Foi sob o Governo de José Eduardo dos Santos que  fui julgado, condenado e arrastado para a cadeia de Viana em Outubro de 2008. 

Foi sob o regime de José Eduardo dos Santos que jornais privados como o Semanário Angolense (a maior referência à época), Agora, Angolense e A Capital foram comprados por pessoas a soldo de Kopelipa e Álvaro Sobrinho para serem seguidamente fechados.

Depois de se consolidar no poder, João Lourenço deu mostras de que não lhe faltava vontade de fechar todos os jornais. 

Mas, José Eduardo dos Santos já tinha limpo a área.

Ao perguntar-se sobre se “no tempo de José Eduardo dos Santos fecharam algum órgão de comunicação social privado?”, Tchizé dos Santos está, ao mesmo tempo, a branquear o pai e zombar daqueles que viveram na carne o autoritarismo que  o recém falecido Presidente implantou em Angola.

José Eduardo dos Santos não matou fisicamente William Tonet, Graça Campos, Gustavo Costa ou Aguiar dos Santos. Fez pior: matou os esforços deles por um país livre, servido por uma pujante imprensa independente. 

Quando atribui a João Lourenço selectividade no combate à corrupção, Tchizé dos Santos comporta-se como a macaca que ignora a (longa) cauda do pai.

Tchizé dos Santos dá claros sinais de pretender liderar a oposição angolana através de posts e áudios, que escreve e grava numa luxuosa mansão londrina. Ela que se “vire” como quiser, mas não envolva abusivamente o meu nome.

Nunca estivemos na mesma canoa.




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