Aposta perdida- Graça Campos



Um dos maiores fracassos do Governo do Presidente João Lourenço é o de não ter conseguido incutir nos servidores públicos a cultura da explicação dos seus actos aos cidadãos.

Por exemplo, vários bairros de Luanda estão privados de água potável há mais de três semanas. 

No entanto, não houve, pelo menos até agora,  qualquer explicação pública  da EPAL. 



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Dir-se-ia que a EPAL já toma a falta de água para consumo  e higiene como uma realidade a que os luandenses já se deveriam acostumar.

Nas  suas divertidas "tertúlias" de fim de semana, os responsáveis EPAL são capazes de dizer, às gargalhadas, que a generalidade dos cidadãos cheira à catinga porque não gosta de tomar banho.

É por isso que a empresa já não se sente o dever de dar qualquer cavaco aos cidadãos quando lhes tira a água. 

Ciclicamente, a falta de água em Luanda tem coincidido com o florescimento do negócio das cisternas. Por esses dias, é frenético o movimento de camiões em vários bairros. 

Aos dirigentes da EPAL, bem como à própria tutela, já não parece incomodar a “ponte”  entre a falta de água nas torneiras dos consumidores e o florescimento do negócio das cisternas.

A frequência com que um fenómeno (a falta de água) dá lugar a outro (apogeu do negócio das cisternas de água) já torna de todo impossível vincular a negociata da água apenas ao “baixo clero” da EPAL. É negócio que envolve até ao tutano a “superestrutura” da empresa e ( provavelmente) não apenas.

Depois de haverem estremecido um pouco no início do mandato de João Lourenço, a impunidade, o enriquecimento ilícito e o desprezo aos cidadãos recompuseram-se rapidamente.

É que nem mesmo a proximidade de eleições, períodos em que, geralmente, os governantes que aspiram a reeleição costumam caprichar um pouco mais, parece comover um pouco que seja os responsáveis da EPAL.  

Completamente focados na negociata, os responsáveis da EPAL parecem menosprezar a importância da água na avaliação que os eleitores farão do desempenho do actual Executivo.

E é pena que o ministro da Energia e Águas tenha também desaproveitado mais essa oportunidade que o Presidente João Lourenço lhe ofereceu de “subir a nota”. A sua defenestração do Bureau Político pode ser já o prelúdio do fim de uma longa caminhada. É  que mesmo que o MPLA ganhe as próximas eleições, é de todo improvável que o Presidente João Lourenço volte a confiar o estratégico sector da energia e águas a quem não tem justificado a aposta.




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