A pouco mais de quatro meses das próximas eleições, tudo indica que o secretário de Estado para as Autarquias cotará a meta com dois “pesos” às costas.
Nomeado para secretário de Estado para a Reforma do Estado no primeiro Executivo de João Lourenço, em Outubro de 2017, Márcio de Jesus Lopes Daniel sobreviveu à redução de pastas ministeriais e na remodelação anunciada em Abril de 2020 emergiu como secretário de Estado para as Autarquias Locais.
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Aos 37 anos, Márcio Daniel acumula a secretaria de Estado para a Administração do Território, vaga desde Agosto de 2021, altura em que a então titular, Laurinda Tavares, foi nomeada juiz conselheira presidente do Tribunal Constitucional.
Não sendo previsível qualquer mexida governamental antes das próximas eleições, tudo indica que Márcio Daniel chegará ao fim do actual Governo numa fórmula comercial a que se chama 1 em dois, ou seja, um único titular para duas pastas.
As duas pastas que Márcio Daniel carrega em simultâneo, aparentemente em perfeito equilíbrio, mostram que, se quisesse, o Presidente João Lourenço poderia ter emagrecido um pouco mais o Executivo, poupando o País de gastos muito mais necessários na Saúde, Educação e Habitação.
No Ministério da Administração do Território, Márcio Daniel não é caso único de um em dois.
Vadim João, director nacional do Poder Local acumula, já lá vão seis meses, a Direcção Jurídica e de Intercâmbio, colmatando o vazio deixado por Alexandre Quitumbo.
Próximo de Laurinda Cardoso, Alexandre Quitumbo seguiu-a no Tribunal Constitucional, onde responde pelo Departamento dos Partidos Políticos.
Tal como o Titular do Poder Executivo, que achou desnecessária a nomeação de substituto para Laurinda Cardoso, também o ministro da Administração do Território considera prescindível a nomeação de novo director para o pelouro jurídico e do intercâmbio.
O que não se sabe é se os soldos de Márcio Daniel e Vadim João foram ajustados à sobrecarga de trabalho.
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