A nossa má sorte- Graça Campos



Uma das principais consequências da agressão russa à Ucrânia é a crescente escassez de trigo no mercado mundial.

Com a escassez veio o inevitável aumento do preço do cereal.


A Ucrânia é um dos dois principais produtores mundiais de trigo. O outro é justamente o agressor.

Países sérios estão empenhados em procurar alternativas aos produtos russos e ucranianos para amortecerem o crescente aumento dos preços no mercado mundial.



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O ministro do Comércio e Indústria diz que a melhor resposta que Angola pode dar ao aumento mundial do preço do trigo é cruzar os braços e esperar. Esperar porque, diz ele, “o mundo não vai deixar de produzir milho”.

Encorajado pelo ministro da tutela, a Grande Moagem de Angola também não procura alternativas nacionais à escassez do trigo ucraniano e russo.

Como o ministro, também a GMA acha que a melhor solução para Angola é, sem dúvida, apostar tudo na importação.

Na terça-feira, o Jornal de Angola publicou uma notícia através da qual a GMA tranquiliza os consumidores angolanos do trigo. Mas essa garantia não advém de qualquer aposta na produção interna. A GMA diz que pelo menos até Setembro não faltará pão às nossas mesas  porque assinou um acordo com uma cooperativa de produtores francesas que lhe garantiram fornecimento de trigo até àquele mês. 

Tal como ao ministro do Comércio e Indústria, também à GMA, que tem no corpo accionista indivíduos que já desempenharam relevantes papeis no aparelho do Estado, acha que divisas angolanas ficam melhor em mãos de franceses do que nas de Alfeu Vinevala, Ganga Júnior, Monteiro Kapunga e outros angolanos que produzem cereais. Não há qualquer interesse institucional ou privado na expansão da produção interna de cereais. 

Essa pode ser, também, uma explicação para o velado apoio de “alguns” à invasão russa da Ucrânia.

Tal como a paz, que “veio para ficar”, segundo linguajar de dirigentes do MPLA, a dependência de Angola dos portos também “veio para ficar”.

Há povos abandonados pela sorte. Nós estamos entre eles.




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