Sob o jugo de feiticeiros- Graça Campos


Um antigo colega de escola atribuía, sempre, a feitiço, comportamentos que lhe parecessem anormais, estranhos.

Nos anos 80, ele disse-se convencido que fora tomado pelo feitiço um colega de sala que se referira a Roberto de Almeida como o “Mais Alto Mandatário da Nação”.

À data e embora fosse o poderoso secretário do Bureau Político do MPLA para a Esfera Ideológica, Roberto de Almeida estava muito longe de ser o “Mais Alto Mandatário da Nação”, mais uma contribuição do MPLA para o enriquecimento da Língua Portuguesa.

“Não, não foi ele que disse aquilo. É um feiticeiro que falou por ele”, reagiu ao despautério do colega, que era também o delegado da turma.



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Hoje, funcionando na “Sede”, onde responde por um departamento do Comité Central, esse meu amigo por certo que atribui ao feitiço a indiferença do MPLA perante a continuada privatização do Estado a favor de meia dúzia de chico-espertos.

No seu número 294, de 01 de Fevereiro, o semanário Valor Económico revela que o Executivo inclui o sal de cozinha entre os produtos que importa para a Reserva Estratégica Alimentar.

Apesar de possuírem em ‘sctok’ quantidades de sal que dizem ser suficientes para cobrir as necessidades domésticas, os produtores nacionais queixam-se de nunca haverem sido consultadas.

O presidente da Associação dos Produtores e Transportadores de Sal de Angola, Totas Garrido, disse ao VA que “nunca recebemos nenhum convite do Governo para saber a nossa posição em relação à REA”.

Um dos maiores se não o maior empresário do sector, Adérito Areias garante ter disponíveis mais de 50 toneladas de sal, quase o dobro das necessidades do Governo, mas, apesar disso, nunca foi contactado.

“A melhor forma de se ajudar a economia local é o Governo comprar o sal dos produtores nacionais. Se comprar localmente, vai potenciar os produtores”, ensina Totas Garrido.

O programa com que o MPLA concorreu às últimas eleições incluiu a ladainha da diversificação da economia.

Ao permitir que sal nacional apodreça nos armazéns e, em consequência, cidadãos nacionais percam empregos porque dinheiro nacional é usado para importar o que produzimos em abundância, o MPLA só pode mesmo ter sido tomado pelo feitiço. 

Ou seja, o país caiu nas mãos de feiticeiros!



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