Um ano terminou e outro começou, a sensação, entretanto, permanece a mesma: porque triunfa cada vez mais a mediocridade? Porque se assiste em todas as áreas do saber ao triunfo do reles, da tagarelice, do pavão, da autopromoção e ao enterro da competência?
Terá o “fast food” assumido mutações genéticas de alimento nocivo para o corpo, apesar de quebrar o galho da fome, introduziu-se geneticamente para o ser e o estar na e em sociedade? Ter-se-ão alterado as regras da competência, do reconhecimento e da valorização do saber pelo saber, e substituído por um consumo utilitário, superficial e leviano de fazer, ser e estar.
Vigora, como regra universal em qualquer parte do globo, o esforço, empenho e dedicação genuína e autêntica é proporcional ao reconhecimento, ao mérito e à reputação. Entretanto, onde isso vigora, assiste-se igualmente discussões profundas sobre o estado das coisas, sobre a forma de fazer, de pensar, de agir. Questionam-se a qualidade das competências, a qualidade dos actos, das políticas e dos profissionais, actores e autores dos feitos e das realizações.
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A sensação que tenho é que entre nós, esta forma de estar é uma excepção, dito de outro modo, entre nós cresce mais a mediocridade, a incompetência, a “graxa”, o afagar o ego, o limpar o lustro... em todas as profissões e áreas do saber sente-se prosperar a propaganda, a mediocridade… a arena política, científica, empresarial e cultural começa a estar infestada de pavões, de supérfluos actores, autores e profissionais.
A competência, a honestidade, a qualidade de ser, estar e fazer voltaram a ter vergonha, a propaganda galgou degraus… todos sentem o desnorte, todos vêem a degradação das instituições, das profissões, do saber e do conhecimento, mas ninguém se atreve, ninguém ousa e ninguém questiona, pois estas são ideias e virtudes que a bordo do “bom senso” tiraram férias nesta Angola, até já se diz que lá nas arábias preferem já uma aposentadoria e não mais regressar…
Queres pensar com qualidade, fazer bem feito, discutir com cientificidade, autenticidade, humanismo e isenção? Não és bem-vindo! Não há espaço nem palco, as encruzilhadas estão entorpecidas de sentinelas da mediocridade, de críticos de críticos e perseguidores dos não alinhados, e como prémio os algozes da qualidade, da critica-valorativa, da visão disruptiva de Angola acima de tudo, esses têm prémios da remuneração sem trabalho, da participação em negócios sem empresas, de negócios brutos para depois fraquear com quem de facto executará, tem clientela garantida, lugar entre os amos, donos e soberanos deste teatro….os outros morfam na lamúria, na indigência de um existir em níveis de sobrevivência, alimentando-se de dignidade e princípios para debelar a fome física… haja resistência para assistir ao triunfo da mediocridade. Sejamos resilientes. Sejamos resilientes e não nos iludamos os ontem atletas da liberdade transmutaram-se em sipaios de serviços e quem deveria estar ao serviço de todos, pôs-se ao exclusivo serviço de alguns, os novos guardiões do poder, do cofre e da nova ordem de distribuição da riqueza e dos privilégios…
Não há espaços, não há diálogos, não há dever de servidor público, não há um desinteressado comprometimento com a causa de todos, há, sim, os que estão no banquete e os mal-humorados ou porque serventes do amo que virou refém e todo o séquito de rapina ou desgraçados que querem um lugar ao sol.
O sistema entorpeceu-se de pavões em cargos titulares de órgãos de soberania, titulares de cargos de direcção e chefia ou gestores de cargos públicos quem não admitem prova ou pensamento em contrário, não admitem reflexões contra a maré, afinal eles são os génios de serviço e outros são uns pés rapados sem beira nem eira.
Para a sensação de total ausência de esperança ou novo recomeço esses modelos foram nos últimos quatro anos replicados em modelitos em toda a esfera da vida social, e ei-los florir, como garbosos cogumelos em época de fértil chuvadas, nas pequenas e medias empresas, escritórios, ordens profissionais, instituições de ensino, serviços públicos diversos desenhando cada um a seu bel prazer o “totem do sucesso” – corrigir o que está mal… mesmo se o conteúdo, o que se faz, está em total antagonismo com o conceito, mas tudo bem, é o chavão que vende, é o chavão do encaixe, é o chavão do sucesso, quem ousa questionar?
E porque ninguém ousa, 2022 entroniza-se na mesmice e em grande força, pois a força do chavão em 2022 é o selo de garantia quer para os modelos e as inumeráveis réplicas de modelitos nascidos de áridos terrenos ao longo dos últimos tempos.
Aos demais, para quem a esperança de que o tempo é o maior juiz, o país não acaba, o sol nasce para todos e não há mal que sempre dure... fica a Fé, o ânimo e o foco, mas tudo isto é, como sabemos, muito relativo.
Pela Pátria, Fé e Foco
Benja Santula
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