A caminho do fim, o mandato do Presidente da República comprometeu-se com um novo paradigma, que implicaria mudanças profundas, como, por exemplo, erguer um muro inultrapassável entre o público e o privado.
Lamentavelmente, alguns servidores públicos, a maior dos quais com elevadas responsabilidades no aparelho do Estado, continuam a fazer tábua rasa das pretendidas mudanças de atitude e comportamento perante bens públicos e privados.
Em muitos anos de profunda promiscuidade, servidores públicos continuam, hoje, a tratar bens públicos como extensões dos quintais das suas casas. Com irrepreensível esmero, continuam a colocar no mesmo “balaio” o que é privado e o que é público, sem qualquer selo distintivo.
Uma publicação online atribuiu a semana passada a João Baptista Borges, ministro da Energias e Águas, a oferta de um carro de mais de 3,5 milhões de dólares como prenda de casamento.
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O pretenso ofertante do que, em qualquer parte do mundo menos primitivo, seria tomado como como um gesto de extrema boçalidade, é o pai, o cidadão João Baptista Borges. Não está provado, pelo menos até agora, que a condição de ministro, implique importantes alterações biológicas e fisiológicas.
Mas em mais uma demonstração de que no Ministério da Energia e Águas persiste a confusão entre o público e o privado, o Gabinete de Comunicação Institucional do Ministério da Energia e Águas não se fez de rogado e assumiu, sem pestanejar, as dores do cidadão João Baptista Borges.
Numa classificada “nota de repúdio”, o GCI do MINEA diz condenar “com veemência a conduta criminosa e antipatriótica dos autores” da informação que atribui a João Baptista Borges o que seria uma escandalosa oferta ao filho.
Empregando meios públicos em causas privadas, o GCI diz que após aturadas “investigações” apurou que o cidadão João Baptista Borges não tem nenhum filho com o nome de Fernando Borges “e em nenhum momento um dos alegados filhos de João Baptista Borges terá contraído casamento em 2022”.
No curriculum vitae de João Baptista Borges, público no Google, consta que é licenciado em Engenharia Electrotécnica, pela Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto e Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, Faculdade de Ciências e Tecnologia pela Universidade portuguesa de Nova de Lisboa.
Consta, ainda, que entre 1992 a 1995, João Baptista Borges foi docente na Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto.
Com tão respeitável curriculum académico, João Baptista Borges é (ou deveria) ser capaz de escrever pelo próprio punho a nota de repúdio ao que é classificada como falsa informação.
Em paragens mais arejadas, em que trigo e joio são colocados em silos diferentes, João Baptista Borges pagaria em preço elevado pela propositada promiscuidade entre o interesse privado e o público.
Se, por remota hipótese académica, JBB não é, sequer, capaz de escrever uma pequena redacção em que defenda o seu bom nome, o mínimo que deveria fazer é colocar o seu lugar à disposição.
É que em pleno século XXI já não aceitável ter num Governo indivíduos que não sejam capazes de escrever seja o que for. Mesmo em português, sua língua materna e através da qual se licenciaram e obtiveram mestrados.
Jovem, bem parecido e com tão respeitável curriculum académico, será que o “nosso” Borgito não risca nada?
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