Insinuações não são análises- Joaquim José Hangalo


O fim da primeira semana do mês de Fevereiro de 2022, ficou marcado por uma grande polêmica nas redes sociais por causa de supostas “análises” políticas e/ou sociológicas à volta da fotografia de Adalberto Costa Júnior no Muro Ocidental de Jerusalém, dito também Muro das Lamentações. Embora a tradução literal sugira “muro do choro”.


Antes de qualquer consideração, creio ser importante ter presente que existem coisas para as quais, qualquer forçadura de análise pode resvalar para campos insidiosos especialmente quando se trata de assuntos sobre os quais existem conhecimentos específicos ou então quando se trata de assunto que pode ser colocado na categoria de “normal”.


Todos aprendemos nas lições de língua portuguesa a fazer “leitura, análise e interpretação do texto”. Começa-se pela leitura do texto, segue-se o reconhecimento e o destaque das palavras difíceis, depois a caracterização física e psicológica dos personagens, etc, etc. Isto para dizer que antes de mais se deve fazer um enquadramento preciso. Algo trabalhoso e que sugere domínio suficiente do assunto.




Fisioterapia ao domicílio com a doctora Odeth Muenho, liga agora e faça o seu agendamento, 923593879 ou 923328762

Dos muitos textos que li, na verdade, nenhum faz uma análise. Nenhum é uma análise. Todos fazem insinuações e acusações infundadas. É importante saber distinguir uma análise de uma insinuação. Uma insinuação é comentário que tem a finalidade de criar suspeitas sobre alguém partido de ideias e conceitos vagos.

Uma análise consiste no exame detalhado sobre determinada matéria ou assunto, observando todos os pormenores que formam cada parte de um todo.


Do ponto de vista sociológico e artístico, por exemplo, a análise corresponde ao comentário crítico e avaliativo que alguém faz sobre certa obra, como filme, livro, peça teatral e etc. O objetivo dessa análise é esmiuçar o conteúdo, interpretando as informações contidas nas entrelinhas do trabalho. Este tipo de análise também é conhecido como exegese.

É importante dizer que como qualquer personagem público, Adalberto Costa Júnior pode e deve ser elogiado, criticado, corrigido, etc, etc. Mas em tudo não se deve faltar à verdade, à moral e ao bom senso. Ninguém é intocável.


A famosa foto é uma foto normal. Não tem nada para analisar e por isso qualquer tentativa de “análise” resvalou em patéticas insinuações do tipo. “Foi rezar porque quer obter o poder a todo custo”; “ ainda não perdeu e já foi lamentar-se”; “está a fazer recurso à forças ocultas”…etc, etc.

As pessoas sérias caíram por cima dos autores destas ideias patéticas com uma justa fúria. É preciso mais seriedade e verdade.

Em contra resposta e com o moralismo de sempre, se pretendeu acusar os críticos dos "analistas" de gente sem capacidade de diálogo, não democrática, fantásticos defensores de um falso ídolo e coisas assim.


A coisa interessante é que os "analistas" de turno parecem quererem fazer análise “num novo céu ou numa nova terra, onde ainda não existe ninguém”. Porque em Angola nos ultimos anos continuamente assistimos a assassinato de carácter do cidadão Adalberto Costa Junior e os democrátas, os com capacidade de diálogo, os moralistas, o garantes e defensores dos direitos humanos…, parecem não terem dado conta deste assassinato. Para piorar, isso acontece de forma insistente e consagrada na Televisão Pública, nas rádios, nos mil perfis falsos criados por militantes do MPLA,  nos discursos oficiais através de alfinetadas, etc.

A polarização partidária está a tornar-sen um cancro corrosivo que está a reduzir o país numa praça onde não se respeita ninguém, absolutamente ninguém. Porque tudo o que se faz é ensinar a faltar ao respeito, a humilhar, a desconsiderar a sugerir a vontade de ferir ou matar, quem pensa diferente ou “não é do meu partido”.


O que estamos a ganhar com tudo isso? Uma idiotização generalizada que sugere a capacidade de fazer análises até do peido de um cidadão como uma questão partidária ou política.

Termino e repetindo. Não há nada para analisar naquela fotografia. O máximo que se poderia fazer é entrevistar o personagem e saber das suas impressões e experiências religiosas na Terra Santa.

É verdade que é o líder da UNITA mas não me parece que estivesse com uma delegação no Muro.

Dizem que está a fazer um périplo diplomático-político por vários países! Sim. Isso podem analisar, mas depois de estarem bem informados e se possivel ouvi-lo primeiro. Ciência não é coisa nem para adivinhos, nem para bruxos. A ciência parte e baseia-se em factos.





Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação 

Postar um comentário

0 Comentários