A grande história desta semana na África anglófona é a de um segurança que fez um pedido de casamento a uma professora universitária. O segurança romântico ajoelhou-se perante a professora universitária em plena rua, declarou o seu amor e desejo de com ela casar. O público foi filmando o acto romântico com os seus celulares. A professora universitária disse que sim, há relatos que afirmam que a professora universitária se encarregou de pagar os estudos do segurança. Há quem diga que sim, ali estava o verdadeiro amor.
A proposta do segurança resultou num debate sobre a questão do casamento de mulheres com alta formação. Não obstante todas as histórias de amor superarem tudo, em geral as mulheres com formação acabam por casar-se com pessoas da sua classe social. Uma professora universitária, espera-se, que se case com alguém com o seu nível de formação. E que tal se não houver tantos homens formados ou com o status para se casarem com essas mulheres profissionais?
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Na África do Sul, um pastor organizou sessões de orações em que mulheres profissionais, sem maridos, pagassem uma quantia para que as suas orações fossem respondidas. Milhares de mulheres apareceram na igreja prontas a pagar e orar para conseguir um esposo. Claro que essas senhoras não estavam à espera de directores de empresas milionárias, essas senhoras queriam um marido, ponto final.
O que está a acontecer em muitos países africanos é o que aconteceu na comunidade afro-americana e nas Caraíbas: as mulheres estão progressivamente a serem mais avançadas do que os homens. No Uganda, as assimetrias ainda existem, muitas mulheres não chegam a ir à escola, muitas meninas casam-se antes dos vinte anos. Em todo o caso, a tendência é de mais mulheres serem profissionais.
Nem todos os homens querem mulheres profissionais que os possam desafiar. No Domingo passado, aqui na Zâmbia, o pastor de uma igreja local estava a reprender que certas mulheres se recusavam a adoptar os sobrenomes dos seus esposos! Ele insistiu que o avanço profissional não implicava desrespeitar o seu esposo — o chefe de um lar, o pastor foi insistindo , é o homem.
Para muitos homens profissionais, para evitar ter que relembrar a esposa quem é o chefe, a preferência é casar-se com alguém com menos habilidades académicas ou mesmo financeira. O resultado é a senhora com formação profissional com uma casa, viatura de qualidade, roupa de marca, mas sem esposo.
Aqui na Zâmbia, por exemplo, se está a falar muito do caso de Faith Musonda, uma antiga jornalista no meio de um escândalo em que milhões de dólares foram encontrados numa das suas casas sem se saber a sua proveniência. Faith Munsonda é solteira. Naturalmente, muita gente suspeita que deve existir um coroa endinheirado, um papaizinho, por trás dela. Esta mulher com formação profissional, com conexões, mas que não se casa, é detestada por muitos. Ela é vista como uma verdadeira Jezabel, sem valores, pronta a fazer tudo para avançar os seus interesses. Faith Munsonda, aparentemente, está grávida. Quando se trata de mulheres profissionais, não se questiona quem as engravidou, mas o público não pára de especular. O resultado disto tudo é que a mulher profissional sente-se sob imensa pressão para se casar. É por isso que quando se casa, compra logo uma gigantesca aliança para proclamar ao resto do mundo.
Mas isso tudo é altamente injusto para as mulheres. A vida no mundo empresarial é altamente competitiva, para prevalecer, as mulheres têm, muitas das vezes, de fazer o duplo. Conheço alguém que trabalhou numa multinacional e quando ela foi para uma outra empresa tiveram que arranjar seis pessoas para a substituir. Depois existe, também, o facto de que muitas das grandes conexões empresariais são feitas informalmente — em locais onde as mulheres solteiras às vezes não se sentem muito confortáveis. Para contrariar isso estão a surgir várias redes só para mulheres profissionais. Muitas empresas, também, estão conscientes destes factos e tentam criar ambientes que tomam em conta as necessidades das mulheres profissionais.
O segurança romântico do Uganda poderá ter um lar muito feliz. Mas ele vai ter que provar o que vale. Em África, não se casa só a esposa, toda a família dela passa a ser uma espécie de Conselho de Administração, com cada membro a insistir no seu direito de emitir as suas opiniões sobre o casamento. O segurança romântico será avaliado diariamente, porque muitos vão suspeitar que ele é um parasita.
Na África anglófona, na minha experiência, as mulheres profissionais frequentam muito as igrejas pentecostais, onde o estatuto de ser casada é importantíssimo. O resultado é que as mulheres se casam com homens muitas vezes com menos qualificações do que elas. Na África do Sul, houve situações em que as mulheres tinham que dar de caxexe aos noivos o dinheiro para o alembamento. E a família de uma esposa com mestrado pede milhares de cabeças de gado.
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